sábado, 9 de abril de 2011

O Resultado do Vestibular


Entra ano, sai ano. Milhares de jovens se preparam e desesperam para a temida prova do vestibular em muitas Universidades no Brasil. Fato que deixa a família e próprio estudante alucinados por um ótimo resultado. Ótimo também para a “indústria” dos cursinhos preparatórios que ganham rios de dinheiro aproveitando-se da vontade dos jovens de entrarem na Universidade Pública e mais recentemente conseguir um bom resultado no Enem. O vestibular tem como método avaliar o que o estudante realmente extraiu de conhecimento em todos os anos freqüentados à escola. Mas na prática a realidade é outra. Infelizmente o nível da maioria das escolas públicas brasileiras é péssimo, aliado a falta de apoio dada ao professor, contribuindo assim para tais estudantes saírem atrás na corrida do vestibular. Soma-se também a estrutura familiar de muitos brasileiros que não tem condições de pagar um cursinho para seus filhos. Em muitas regiões os estudantes encaram uma realidade ainda mais difícil, pois para estudarem tem que vencer muitos obstáculos como à falta de transporte, longa distância até a escola falta de comida, seca e etc. Além do mais ajudam os pais em muitos afazeres o que dificulta um foco maior somente nos estudos. Portanto tal quadro nos leva a perceber que o jovem sem condições financeiras não tem condições de ser aprovado em vestibulares concorridos. Mas é claro que existem as exceções que acontecem devido ao enorme esforço da família e do próprio estudante, fato que quando acontece e mostrado pela mídia como uma vitória da pobreza.

Por outro lado temos aqueles que dispõem de todo o tempo para dedicarem-se somente aos estudos. Freqüentam colégios bons e de um nível considerável, freqüentam cursinhos e etc. Como prêmios conseguem adentrar a Universidade pleiteando a vaga nos cursos mais concorridos. Ora, percebemos então a disparidade entre estudantes com poucas condições financeiras x estudantes com um bom nível financeiro. Ou seja, não há como um jovem com um baixo capital financeiro competir com aquele que tem um alto capital financeiro. Entretanto os fatos apresentados não podem ser interpretados de forma errônea, pois se percebe que o Vestibular não provoca as diferenças sociais e sim evidencia tais diferenças existentes na realidade brasileira.

Indaga-se a seguinte pergunta: Como diminuir tais diferenças?

Ora, basta nossos representantes investirem o dinheiro público na educação sem desviarem o resultado de tanto trabalho do povo para paraísos fiscais. É necessária consciência daqueles que tem o dever de fiscalizar e investir o dinheiro público para haver qualidade e maior desenvolvimento do país que somente poderá ser alcançado se houver maior qualidade na educação desembocando assim na formação de exemplares e bem sucedidos profissionais e cidadãos. Não o inverso em que o dinheiro é lavado, desviado e gasto em processos ilícitos onde o resultado mais visível está nas escolas e educação do Brasil. Crianças sem transporte, estruturas físicas de escolas em precárias condições, falta de merenda como desvalorização do professor em que sua imagem está desgastada e fragilizada. Parece simples, mas até o Brasil conseguir tal proeza terá que enfrentas muito trabalho tanto para “limpar” o congresso de políticos corruptos como também investir em uma educação de qualidade em longo prazo para que os frutos colhidos diminuam a enorme discrepância entre escolas públicas e privadas. Sonho ou utopia? Apostem suas fichas.

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