terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Massificação e controle do poder


Atualmente vivemos em uma sociedade globalizada onde impera a tecnologia e o objetivo de a ciência ser a única responsável pelo saber e glória. Mas tais objetivos foram e são alcançados a custa da massificação do saber sendo a mídia responsável por transmitir ideias que muitas vezes atendem a interesses particulares. Isto provoca a alienação de uma população que vive subjugada sem saber da verdadeira realidade, seria uma sociedade como nos moldes de Matrix. Pessoa s que vivem uma falsa realidade, que pensam estar no controle mas na verdade são somente peças de um tabuleiro que envolve um jogo no qual envolve interesses político e econômicos em tordo do poder absoluto. Portanto a mídia tem um papel fundamental nesse jogo, ela que muitas vezes dita as regras e controla as peças a favor de algo ou alguém. Ora, mas infelizmente poucas pessoas percebem a sua “cegueira” e vivem uma vida de acomodação e mentira. Mas o que a mídia faz verdadeiramente?

Com a força que tem os meios de comunicação usam estratégias para prender a atenção dos telespectadores para obter resultados como a venda de algum produto usando o marketing. Ou então destorcem alguma informação a maquiando, portanto escondendo a verdade. Aliás daí decorre uma grande incoerência por parte dos veículos de comunicação que repetem várias vezes que tem o dever com a verdade, mas no final acabam corrompendo esta. Com isso a mídia provoca a atrofiação mental e crítica de uma população fazendo com que essa fique inerte e sem motivo algum para criticar algo contrário a sua vontade. Presenciamos tal fato atualmente pois a mídia faz com o que o interesse de milhares de jovens sejam alienados por produtos que na verdade são descartáveis e desprovidos de qualidade. Promovem o consumo exagerado de roupas, jóias e cosméticos ajudando ao capitalismo selvagem. Enterram alguma forma de tentativa de crítica por algum grupo da população tachando tais indíviduos de expresões depreciativas. Ajudam na divulgação dos vários gêneros musicais que contém letras que não tem nenhum tipo de qualidade e sim feitas somente para cumprir seu dever comercial de gerar lucro. Enquanto que as músicas voltadas para a cultura intelectual que visam criticar algum sistema são denegridas ou tachadas de músicas somente para a elite.

Portanto vivemos em uma era onde o consumismo está aliado a produção cultural onde temos o resultado de uma sociedade marginalizada, que não tem voz e força para criticar e o pior: vive acomodada com a situação e aplaude ainda mais a política, a economia e dão audiência para programas inúteis e artistas sem a mínima noção de realidade e produção cultural. Tudo isso provoca o senso comum da população, todos com um só pensamento de estarem estabilizados e felizes, enquanto que outros vivem em condições de miséria e morte.

Eis o mundo atual, onde presenciamos o nascimento, desenvolvimento de um sistema podre e sem valores.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Dica de Filme: O sétimo selo


Um imperdível filme para os amantes da história, especificamente aos apaixonados pela época medieval. O sétimo selo traz consigo a história de um homem que vive em tempos difíceis pois a Europa está sendo devastada pela peste negra. Portanto somos brindados ao sentir no filme pela interpretação dos atores e outros pormenores a contexto da época: o desespero das pessoas pois a morte poderia bater na porta a qualquer momento. Muitos pensavam que o apocalipse era questão de minutos, segundos....
Após dez anos, um cavaleiro retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

Portanto uma bela dica cultural para os que vivem a história.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Judaísmo: O ano novo Judaico I

No dia 09 de setembro de 2010 foi uma data especial para milhares de judeus em todo o mundo: o ano novo judaico. Portanto de acordo com o calendário judaico estamos no ano 5771 desde a criação do homem. Ou seja, a contagem do tempo pelos judeus começou a partir do momento em que Deus criou o homem e a mulher.

sábado, 27 de novembro de 2010

Um pouco de nosso Brasil. Mas será mesmo?

Desde sua descoberta em 1500, o Brasil digamos foi deixado de lado pelo motivo de não apresentar a primeira vista especiarias e ouro e também pelo fato de Portugal estar com os olhares voltados para o lucrativo comércio com às Índias. Em um período de 30 anos houve expedições com caráter de reconhecer e explorar a terra. As primeiras expedições tiveram o caráter exclusivo de reconhecimento. Foi em uma expedição comandada por Américo Vespúcio segundo alguns historiadores que o comandante de calendário em punho, nomeou diferentes lugares da costa brasileira, do cabo de Santo Agostinho ou de São Roque, até São Vicente que ainda conservam essas designações primitivos.

A única riqueza vista em um primeiro momento foi o pau Brasil, do qual era retirado tinta para tingir tecidos e o largo emprego desse produto nas indústrias da Europa tornava sua exploração altamente lucrativa, embora não se comparasse ao que resultava das riquezas da Índia. Foi também o pau Brasil um dos atrativos dos comerciantes franceses que percorreram o nosso litoral. Aos poucos os corsários franceses vinham com freqüência ao nosso litoral para pegar pau Brasil e tratavam de fazer amizade com as tribos indígenas a fim de fazer aliados contra os portugueses. Por este motivo mais ou menos em 1526 veio ao Brasil uma frota comandada por Cristóvão Jaques a fim de cessar as investidas francesas ao litoral. Certa vez deparou-se com corsários franceses e os derrotou. Alguns marinheiros franceses fugiram e se esconderam nas matas procurando refúgio junto aos índios e os outros foram mortos com requintes de crueldade. Apesar destes cuidados portugueses de proteger a terra, o remédio para este mal seria de povoar a terra. Então D.João manda uma armada comandada por Martim Afonso de Souza em 1531 que vinha com poderes enormes se comparados com as expedições anteriores e tinha a finalidade desenvolver exploração e limpeza da costa, infestada, ainda e cada vez mais pelos comerciantes intrusos. Competia a ele demarcar pontos, nomear cargos e começar a efetiva ocupação da terra. Explorou vários pontos do território, inclusive o sertão nordestino. A expedição de Martim Afonso foi de enorme importância, pois explorou o litoral analisando condições para o povoamento. Ele próprio estabeleceu uma vila em São Vicente, onde já encontrara um pequeno povoado de europeus e índios da terra.

Com isso foi decidido estabelecer no Brasil o regime das capitanias hereditárias que era praticada em outros domínios de Portugal. Mas Portugal só começar a ver com outros olhos o Brasil a partir do momento que começa a decair seu comércio com ás Índias e também pelo fato da Espanha ter encontrado grande quantidade de jazidas e metais preciosos a América Espanhola. Só que Portugal no momento não dispunha de capital próprio para investir em terras ultramarinas. Então as terras foram divididas em 15 capitanias e entregues a 12 donatários, estes donatários teriam que administrar as terras com recursos próprios. Portanto foi por isso que o regime de capitanias não deu certo pelo lado econômico, pois muitos donatários não tinham recursos para investir na terra e também tinham fatores como ataques de tribos indígenas as terras e as condições de solo. Mas devemos deixar claro que não se tratava de feudos, este aspecto só aparecerá mais tarde com o surgimento de grandes latifúndios de senhores de engenho. As terras eram doadas e não dadas ao donatário, que tinha direitos e deveres com a coroa. As capitanias deveriam pagar impostos a coroa, exemplo:

· Pagar o quinto do ouro e pedras preciosas à coroa de todas as riquezas encontradas

Ou seja, os donatários deveriam prosperar a capitania e beneficiar a coroa.

Como já citado anteriormente o regime de capitanias não prosperou pelo lado econômico e lucrativo. Das 15 capitanias criadas apenas duas prosperaram por conta dos recursos que seus donatários possuíam, foram elas:

· Capitania de Pernambuco

· Capitanias do Sul (São Vicente)

Mas pelo lado territorial foi positivo, pois com as capitanias foi lançada a base do povoamento em território brasileiro.

Com o certo fracasso das capitanias foi criado o Governo Geral que marcou o desfecho da tentativa de exploração do Brasil por meio de iniciativa particular. Houve uma participação direta e intensiva do poder monárquico.

Com o povoamento da terra, não demorou muito para a chegada dos jesuítas que teriam a missão de catequizar os indígenas.

Segundo alguns autores foram os jesuítas que criaram e mantiveram o ensino público no Brasil.

Em 1549, chega ao Brasil o Pe. Manuel de Nóbrega que organizou e tomou providências para a criação das escolas. No ano seguinte vieram de Lisboa pessoas perdidas, ladrões, órfãos que eram doutrinados da fé católica. Aos poucos os jesuítas foram catequizando os indígenas, com missa, conversões, batismos e casamentos plantaram o marco de uma conquista das terras interiores. Nóbrega procurou desenvolver uma política de posses de terra e de escravos, política essa que poderia assegurar a continuidade dos trabalhos empreendidos pelos jesuítas.

Com o tempo os jesuítas foram recebendo mais recursos da coroa e com isso foi se expandindo. Os colégios da companhia de Jesus foram se multiplicando aos milhares. O ensino nesses colégios era composto pelo Ratio Studiorum que fala de cinco classes inferiores: retórica ,humanidades e três de gramática. Os estudos dessa forma compreendiam cinco a seis anos de gramática, retórica e humanidades e três de filosofia, abrangendo esta à lógica, a física, a metafísica, a moral e as matemáticas.

Mas este estilo de ensino jesuíta de identificação com os propósitos da Metrópole é interrompido com sua expulsão.

Idade Média Parte III: O início dos tempos modernos

Os líderes da igreja no final do mundo antigo ao final dos séculos XI e XII, muitas vezes se sentiram isolados e prontos para o combate. Rompendo com a ortodoxia oriental o catolicismo desenvolveu uma intransigência agressiva como um ato de reflexo. Apesar de Carlos Martel ter banido o islamismo do Ocidente, os árabes continuavam sendo ameaça e os vikings eram pagãos. Com tudo isso o clero se sentia ameaçado por estar rodeado de tantos pagãos.

A igreja estava acostumada a buscar proteção. Quando a cidade de Ravena caiu nas mãos dos lombardos, o Papa Estevão foi pedir proteção a Pepino. O papado também necessitava de proteção contra os árabes que ameaçavam a Itália desde o início do século VIII. Por um longo tempo os papas mal conseguiam governar efetivamente mesmo nos domínios temporais, pois não tinham forças armadas nem uma administração adequada. Com isso muitos imperadores fizeram e desfizeram muitos papas. Mas também há outro lado a ser analisado. A concessão de terras por Pepino formaria o núcleo de um poderoso Estado Papal. Quando o Papa coroava imperadores também fazia reinvidicações para reconhecer o poder da coroa perante a Deus. Com isso a igreja começa a ganhar enormes poderes.

No século VIII a Doação de Constantino foi forjada para mostrar que Constantino dera ao Bispo de Roma o domínio anteriormente exercido pelo império na Itália; cem anos depois, um Papa dirigia aos reis e imperadores “como se fosse o senhor do mundo”. Com o passar do tempo o poder do Papa foi se deteriorando e então no século X com o colapso do seu poder o trono se tornou presa de facções italianas.

Também no século X alguns nobres fundaram novas casas, pretendendo recuperar a origem de um monasticismo que havia degenerado e a observância à Regra beneditina. A maioria destas casas se localizava nas antigas terras carolíngias e a mais célebre foi à abadia de Cluny, que foi fundada em 1910 e estimulou a reforma na igreja. Seus monges reviram a regra beneditina e então as novas casas eram subordinadas ao próprio abade de Cluny, comandante de um exército de monges que só entravam para o mosteiro depois de um período de treinamento na casa central.

Devemos lembrar também que a igreja possuía o monopólio da cultura. Com ás invasões bárbaras muitas obras clássicas foram preservadas por ela graças aos copistas e monges. No entanto, o saber só alcançava pouco mais do que o clero. Até os reis eram analfabetos. O clero controlava todo acesso a escrita.

Como vimos mais acima a igreja começou a ganhar poder pelo fato de possuir terras. Sua renda provinha da terra, e um mosteiro ou cabido podia ter grandes propriedades.

Com o fim da antiguidade a atividade comercial estava em declínio, com isso a permuta começa a substituir a economia monetária. Manteve-se contato com Bizâncio, mas o comércio no oeste do Mediterrâneo se definhou nos séculos VII e VIII quando os árabes tomaram o litoral norte da África. Mas tarde, graças aos árabes o comércio foi parcialmente revivido. Porém, para a maioria dos europeus, a agricultura significava a garantia do sustento. Durante muito tempo a subsistência foi tudo que se podia esperar. As condições na agricultura eram péssimas, somente no século X com a introdução de plantas que produziam alimentos de conteúdo protéico mais elevado, a energia que retornava do solo começou a melhorar.

O valor dado a terra neste período foi graças a existência de costumes romanos e germânicos. Então a sociedade feudal nada mais é do que a junção e elementos romanos e germânicos. Com os carolíngios começou a prática de “vassalos” prestarem homenagem ao rei. O rei era senhor dos seus vassalos, no entanto os vassalos, por sua vez, possuíam seus próprios vassalos, e assim cada homem era ao mesmo tempo senhor e vassalo. Até mesmo um rei podia ser vassalo de outro rei.

As terras estavam divididas em feudos e, portanto obrigações contratuais baseadas na terra deram o tom à civilização medieval. Nestes feudos trabalhavam os servos que tinham algumas obrigações a cumprir. Por isso se justificava retirar recursos destes servos para manter os guerreiros e construir castelos. Uma das principais classes deste período é a aristocracia feudal composta por senhores feudal e cavaleiro.

Com a Europa dividida em feudos o poder do Rei já não se tornava tão importante, (exceto na Inglaterra).

Já vimos anteriormente o grande poder que a igreja estava constituindo. A própria eminência da igreja da Alta Idade Média constituiu uma fonte de perigo. Com os religiosos envolvidos cada vez mais com negócios de estado, havia o perigo que a Igreja se desviasse do seu verdadeiro propósito. Houve um acontecimento importante que foi a questão das investiduras que culminou entre um choque entre os papas e os governantes locais a respeito de quem tinha o direito de “investir”- ou seja, conferir autoridade – um bispo em sua diocese. O episódio mais conhecido desta questão foi travado entre o Papa Gregório VII e o Imperador Henrique IV da Alemanha. Começo quando o papa decretou que qualquer leigo era proibido de investir um clérigo a um bispado ou a qualquer função eclesiástica, e excomungava alguns conselheiros do imperador sob a alegação de simonia na compra das suas nomeações. O imperador respondeu instaurando um sínodo alemão para declarar a deposição de Gregório. Isto conquistou-lhe a excomunhão. Mas por pressão dirigiu-s até Canossa onde esperou descalço na neve até que Gregório aceitasse seu perdão.

À medida que a questão das investiduras cedia, príncipes leigos tornaram-se mais bem dispostos em relação a Roma. Contudo, até mesmo alguns clérigos antipatizavam com a afirmação da autoridade papal. Outros começaram a dizer que em muitos aspectos a autoridade do Papa podia ser desconsiderada se a Bíblia o permitisse. Com isso houve o surgimento de um novo clérigo regular: os frades. Pertencia a ordens religiosas vinculadas a regra, como a dos monges, mas saíam pelo mundo pregando e ensinando em vez de viverem em mosteiros. Eram chamados de “mendicantes” porque dependiam de esmolas para o seu sustento. As duas primeiras ordens mendicantes foram os franciscanos (em homenagem a São Francisco) e os dominicanos (em homenagem a São Domingo). Outra nova e importante instituição que surgiria sob o amparo da Igreja mais ou menos ao mesmo tempo foi à universidade. As universidades foram outra grande força a fazer com que a religião permeasse a sociedade medieval.

Há anos os inimigos da fé cristã foram os muçulmanos. Muito antes de a violenta investida otomana revelar que o islamismo ainda poderia ser perigoso, os francos haviam realizado uma ofensiva ao Oriente Próximo. Em 1095, o Papa lançou a idéia da primeira das grandes expedições chamadas de cruzadas. Seu objetivo era libertar a Terra Santa (a Palestina) do islamismo, e então houve quatro Cruzadas verdadeiramente importantes. A primeira teve sucesso em reconquistar Jerusalém. A segunda cruzada (de 1147 a 1149), da qual participaram um imperador alemão e um rei francês. Começou mal com um massacre na Renânia e terminou desastre. A terceira Cruzada (1189 a 1192) tentou recuperar Jerusalém, que em 1187 fora tomada por Saladino um soldado muçulmano. Fracassou, embora o rei inglês Ricardo Coração de Leão se juntasse ao rei francês e ao imperador alemão (que morreu afogado a caminho da Palestina). A quarta cruzada partiu em 1202, foi financiada pelos venezianos, mas logo se desviou dos objetivos. O desfecho foi o terrível saque de Constantinopla pelos cruzados em 1204 e o estabelecimento de um “Império Latino”. No fim as cruzadas não mais conseguiram reconquistar a Palestina. As revelações das Cruzadas são muito mais importantes do que os seus feitos ou os seus fracassos: milhares de pessoas humildes se engajavam, muitas vezes para perecer miseravelmente por ignorância e despreparo para enfrentar os que o aguardava.

Para o Império do Oriente, a luta contra o islamismo não era apenas religiosa, mas também dizia respeito a poder, política e territórios antes pertencentes a Bizâncio. A religião por si não recrutou os cruzados. Estas foram o primeiro exemplo de voracidade do imperialismo ultramarino europeu. Como muitas vezes em tempos posteriores, objetivos nobres e ignóbeis se misturaram na mente dos homens que tentaram estabelecer instituições ocidentais em ambientes longínquos e exóticos. Fizeram em são consciência, porque os seus adversários eram infiéis que haviam tomado os santuários mais sagrados do cristianismo. As cruzadas também mudaram a face dos cristãos. A nova militância e a determinação que eles mostraram para sair e conquistar em nome de Cristo seria uma raiz psicológica da confiança com que os europeus mais tarde saíram e tomaram o mundo.

Um espírito agressivo e expansionista agia nas fronteiras orientais da Europa. No entanto, também se voltou muitas vezes contra outros cristãos e foi apoiado por um grande movimento popular. A história remonta a Carlos Magno que passou a maior parte da sua vida em campanhas. Era preciso ter mais terras para suprir o tesouro real e dar propriedades aos nobres para mantê-los contentes. Algumas das guerras de Carlos Magno trouxeram para o seu domínio povos cristãs da vizinhança, mas outras foram contra povos pagãos bem mais distantes. Entre 1100 e 1400, a investida dos francos para o leste se tornou um grande movimento popular. Os alemães colonizaram e construíram cidades durante as marchas prussianas e polonesas, transformando o mapa racial, econômico e cultural desses lugares. Avançaram firmemente sobre as terras eslavas, e assim se iniciou uma luta entre eslavos e teutões no leste da Europa, que continuou até o século XX e talvez não tenha sido resolvida. Importante papel nesta luta foi a dos Cavaleiros Teutônicos, uma ordem religiosa de soldados que faziam votos monásticos e executavam a cavalo seus deveres de cristãos, matando pagãos prussianos e bálticos - e cristãos eslavos.

Durante muito tempo os alemães se beneficiaram da fraqueza eslava. Com o declínio de Bizâncio, o maior aliado ortodoxo dos príncipes russos não existia mais, e eles precisaram enfrentar sozinhos os mongóis. Em 1240, a Moscóvia principal principado pagou-lhes tributos por quase dois séculos. Embora Alexandre Nevsky, um príncipe da Moscóvia do século XIII, derrotasse com sucesso os cavaleiros Teutônicos, a ameaça ocidental continuou a acirrar os ânimos russos contra os alemães. Para eles o catolicismo que afirma a autoridade do Papa era um fato inaceitável, pois são ortodoxos. Assim a civilização russa se afasta ainda mais do Ocidente.

A queda de Bizâncio foi um acontecimento na História russa. A partir dessa época, sem dúvida o centro da cristandade ortodoxa passou a ser Moscou. Esta era, como eles diziam: a terceira Roma. Nesta conjuntura em 1462 assumiu o trono da Moscóvia um novo príncipe, Ivã III, que expulsaria os mercadores alemães que tentavam fazer com que as cidades bálticas alemãs se imiscuíssem nos negócios da Moscóvia. Ivã III é corretamente lembrado como o primeiro monarca nacional da Rússia. O governante russo era “um autocrata pela graça de Deus”. Ivã foi o primeiro governante russo a ser chamado de czar, outro apelo consciente à herança dos Cézares. Ivã foi o verdadeiro criador da monarquia russa, que duraria até 1917, e o seu sucessor continuaram a usar a águia bizantina de duas cabeças por ele adotada como parte da insígnia imperial. Corretamente, ele passou a história como Ivã, o Grande.

Atualmente muita gente pensa que um estado só deve existir se for apoiado por um povo dotado de senso de nacionalidade. Mas até recentemente existiam estados muito antes de as pessoas pensarem em modelos nacionalistas, e muita vez deu ao povo o sentimento de ele pertencer à mesma nação. No fim da Idade Média aparecem os principais Estados da Europa Ocidental. Por volta de 1500 – Inglaterra, Escócia, França, Espanha e Portugal tinham formas não muito diferentes de hoje. Em outros locais, embora alguns certamente se sentissem “alemães”, ou “italianos” porque falava a mesma língua, eles nada tinham em comum com seus governos. A Itália era apenas uma “expressão geográfica” e o Papa ocupava uma posição muito especial na Europa como chefe da Igreja, mas entre os príncipes italianos ele era simplesmente outro governante entre muitos. As primeiras e mais importantes monarquias nacionais foram à inglesa e a francesa. Alfredo é o início da História inglesa, e Hugo Capeto da francesa. A França permaneceu por um longo tempo mais “feudal” do que a Inglaterra, porque não tinha tradição de monarquia nacional acima de todos os homens e à quais todos devessem lealdade, quaisquer que fossem as obrigações para com os outros senhores. Ainda assim os Capetos foram muito bem sucedidos. Em 1300 tomaram a Normandia e outras possessões feudais dos reis da Inglaterra. Os reis da Inglaterra por muito tempo mantiveram suas demandas sobre essas terras, e o resultado foi muitas vezes a guerra entre as duas monarquias. Entre 1337 e 1453 a Inglaterra e a França se engajaram na chamada Guerra dos Cem Anos. Não foi um período de lutas contínuas, mas foi muito importante para fortalecer cada um destes países e para tornar franceses e ingleses muito mais patriotas, ou pelo menos avessos a estrangeiros.

A Guerra dos Cem Anos começa da seguinte forma: Depois de render homenagem por suas terras na Aquitânia ao rei da França, o rei inglês Eduardo III se desentendeu com o seu chefe supremo, o que levou a francas hostilidades. Ao longo prazo, a Inglaterra foi à perdedora da guerra. Na segunda metade do século XV, quando não mais perturbados pelos exércitos ingleses, os reis da França puderam afinal se dedicar a pôr a casa em ordem. Com isso o fim da Idade Média também propiciou material para fortalecer um senso de identidade nacional. No século XIV São Jorge se tornou padroeiro da Inglaterra. Algumas lendas e histórias que começaram a circular foram escritas em línguas comumente faladas pelo povo, e não em latim, a tradicional língua erudita. A literatura vernácula como é chamada, é um indicador da subdivisão dos povos da Europa nas antigas tribos bárbaras e a sua evolução numa nacionalidade. O maior poema escrito pelo poeta florentino Dante, A Divina Comédia, é um marco na história da língua italiana, assim como os Contos de Canterbury, de Chaucer, são para o inglês.

Na Espanha o Estado Nacional se desenvolveu de forma lenta, isto aconteceu porque a Espanha foi feita pela guerra de Reconquista pelo cristianismo. O equilíbrio entre cristãos e árabes oscilou durante algum tempo, mas a tendência era desfavorável aos árabes, que tinham divisões internas com que lidar. Na metade do século XIII, Sevilha, m grande centro da cultura árabe, foi tomada pelo rei de Castilha e o Reino de Aragão conquistou a cidade árabe de Valência. Em 1469, o Rei Fernando, de Aragão, e a Rainha Isabel, de Castilha se casaram. Com eles a reconquista foi concluída. Em 1492, o último reduto árabe, a bela cidade de Granada, rendeu-se aos espanhóis. Sem dúvida a luta desempenhou um grande papel na construção das nações da Europa Ocidental. Antes do advento da pólvora, os combates se realizavam principalmente entre cavaleiros usando armaduras, cujas vitórias eram confirmadas pela construção de castelos para permanências mais prolongadas. Então no século XIV aconteceram duas mudanças. Os arqueiros ingleses e galeses demonstraram que um cavaleiro não eras imbatível, mas custava caro contratar um grande número de arqueiros. Então os reis que possuíam muito mais dinheiro que os nobres, contratavam soldados profissionais que lutavam por dinheiro. A outra mudança aconteceu com as primeiras armas de fogo. A princípio rudimentares e frágeis, logo foram aprimorados, de modo que seus projéteis pudessem penetrar armaduras e derrubar muros. Com o passar dos tempos, a guerra se tornara um negócio nacional, significando uma crescente demanda de recursos de um grande Estado para financiá-la. No entanto no final da Idade Média a maioria das pessoas pouco se preocupava com nações e Estados. Para elas o importante era o foco do poder e a autoridade local.

As cidades não se enquadravam na maneira feudal de agir, eram livres. Nelas surgiram novos tipos de organização e uma nova casta de homens cujo sustento não vinha diretamente da terra, mas de profissões, do comércio e das manufaturas, eram os burgueses. Mas nenhuma regra geral se mantém perfeita para a Europa medieval, apesar das amplas semelhanças, as diferenças locais eram tão grandes que é preciso restringir qualquer generalização. Embora a sociedade estivesse ficando complexa, como um todo, tudo dependia da terra. A agricultura dominava tudo. Lãs, couros, grãos para fermentar, madeiras para construção eram materiais industriais para a manufatura então existente. Até a política, em última instância, tratava de quem deveria possuir terras ou ter direito de compartilhar o excedente por ela produzido.

O lento, porém firme crescimento da produção agrícola do norte da Europa e a roçadura a o cultivo de novas terras já haviam conseguido muito por volta de 1100. No entanto, no século XIV a procura e a oferta chegaram a um equilíbrio e foi então que uma onda de epidemias se abateu sobre a Europa. Começou pelo surgimento da peste bubônica na China, em1333. Então ratos (em que viviam pulgas, que continham os germes da praga) carregaram a moléstia pelas rotas comerciais até o Oriente Médio e a Rússia, primeiro nas caravanas e depois nos navios. Em 1348 ela apareceu na Europa Ocidental, e no mesmo ano entrou na Inglaterra através de um pequeno porto marítimo de Dorset. Esta doença é lembrada como a Peste Negra. Depois veio a fome, porque a produção de alimentos diminuiu e o comércio foi reduzido. A queda da população levou a um colapso na produção de alimentos, que se espalhou por todo o continente à medida que deixou de haver mão-de-obra para lavrar os campos. Essa crise, por sua vez, foi seguida de luta social: revoltas e levantes dos camponeses. Isto foi provocado, pois os senhores tentaram impor seus antigos direitos legais, mas os fatos econômicos cada vez mais os forçaram a contratar mão-de-obra em vez de considerá-la como parte do aluguel dos seus arrendatários. A Peste Negra foi um dos primeiros sinais do início da substituição do antigo tipo de sociedade por outro, com base no trabalho assalariado, e, portanto acelerou uma importante mudança em longo prazo.

Embora as mudanças de propriedade possam ter resultado no uso da terra em unidades mais eficientes, não parece ter acontecido uma mudança técnica na agricultura comparável à conseguida por volta de 1100. No século XIII, mais de mil anos depois dos chineses, os europeus finalmente aprenderam a fundir o ferro, derramando-o liquefeito em moldes. Contudo, o progresso que conseguiram não foi inventando coisas novas, mas adaptando métodos já conhecidos.

Idade Média Parte II: Renascimento das cidades

Com a tomada do mediterrâneo pelos sarracenos não houve só um desaparecimento do comércio como também um atrofiamento da vida nas cidades. Elas se tornaram somente centros de administração eclesiástica, que sem dúvida foi de grande do ponto de vista religioso mas não econômico.

A vida se concentrava no campo, e com as invasões por outros povos na Europa surgiram os burgos que em tempos de guerra suas muralhas proporcionavam refúgio a população, mas então com essas invasões a Europa se cobre de castelos fortificados edificados pelos príncipes feudais para servir de refúgio aos seus homens.

Mas o ressurgimento do comércio não demorou muito para alterar este caráter. A existência errante dos mercadores e os riscos de toda espécie a que estavam expostos impeliram-nos a se proteger no interior das mulharas. Então as poucos nestes pontos mantinham pontos de troca de mercadoria que ao fim virava feiras.

A influência dos mercadores aos lugares favoráveis provocou por sua vez o afluxo dos artesãos, a concentração industrial é um fenômeno antigo.

O surgimento da burguesia que são os comerciantes deu se de forma bem lenta, eram as pessoas que moravam nos burgos e ao longo do tempo foram ganhando respeito e poder na sociedade a ponto de a economia não sobreviver sem eles.