sábado, 27 de novembro de 2010

Um pouco de nosso Brasil. Mas será mesmo?

Desde sua descoberta em 1500, o Brasil digamos foi deixado de lado pelo motivo de não apresentar a primeira vista especiarias e ouro e também pelo fato de Portugal estar com os olhares voltados para o lucrativo comércio com às Índias. Em um período de 30 anos houve expedições com caráter de reconhecer e explorar a terra. As primeiras expedições tiveram o caráter exclusivo de reconhecimento. Foi em uma expedição comandada por Américo Vespúcio segundo alguns historiadores que o comandante de calendário em punho, nomeou diferentes lugares da costa brasileira, do cabo de Santo Agostinho ou de São Roque, até São Vicente que ainda conservam essas designações primitivos.

A única riqueza vista em um primeiro momento foi o pau Brasil, do qual era retirado tinta para tingir tecidos e o largo emprego desse produto nas indústrias da Europa tornava sua exploração altamente lucrativa, embora não se comparasse ao que resultava das riquezas da Índia. Foi também o pau Brasil um dos atrativos dos comerciantes franceses que percorreram o nosso litoral. Aos poucos os corsários franceses vinham com freqüência ao nosso litoral para pegar pau Brasil e tratavam de fazer amizade com as tribos indígenas a fim de fazer aliados contra os portugueses. Por este motivo mais ou menos em 1526 veio ao Brasil uma frota comandada por Cristóvão Jaques a fim de cessar as investidas francesas ao litoral. Certa vez deparou-se com corsários franceses e os derrotou. Alguns marinheiros franceses fugiram e se esconderam nas matas procurando refúgio junto aos índios e os outros foram mortos com requintes de crueldade. Apesar destes cuidados portugueses de proteger a terra, o remédio para este mal seria de povoar a terra. Então D.João manda uma armada comandada por Martim Afonso de Souza em 1531 que vinha com poderes enormes se comparados com as expedições anteriores e tinha a finalidade desenvolver exploração e limpeza da costa, infestada, ainda e cada vez mais pelos comerciantes intrusos. Competia a ele demarcar pontos, nomear cargos e começar a efetiva ocupação da terra. Explorou vários pontos do território, inclusive o sertão nordestino. A expedição de Martim Afonso foi de enorme importância, pois explorou o litoral analisando condições para o povoamento. Ele próprio estabeleceu uma vila em São Vicente, onde já encontrara um pequeno povoado de europeus e índios da terra.

Com isso foi decidido estabelecer no Brasil o regime das capitanias hereditárias que era praticada em outros domínios de Portugal. Mas Portugal só começar a ver com outros olhos o Brasil a partir do momento que começa a decair seu comércio com ás Índias e também pelo fato da Espanha ter encontrado grande quantidade de jazidas e metais preciosos a América Espanhola. Só que Portugal no momento não dispunha de capital próprio para investir em terras ultramarinas. Então as terras foram divididas em 15 capitanias e entregues a 12 donatários, estes donatários teriam que administrar as terras com recursos próprios. Portanto foi por isso que o regime de capitanias não deu certo pelo lado econômico, pois muitos donatários não tinham recursos para investir na terra e também tinham fatores como ataques de tribos indígenas as terras e as condições de solo. Mas devemos deixar claro que não se tratava de feudos, este aspecto só aparecerá mais tarde com o surgimento de grandes latifúndios de senhores de engenho. As terras eram doadas e não dadas ao donatário, que tinha direitos e deveres com a coroa. As capitanias deveriam pagar impostos a coroa, exemplo:

· Pagar o quinto do ouro e pedras preciosas à coroa de todas as riquezas encontradas

Ou seja, os donatários deveriam prosperar a capitania e beneficiar a coroa.

Como já citado anteriormente o regime de capitanias não prosperou pelo lado econômico e lucrativo. Das 15 capitanias criadas apenas duas prosperaram por conta dos recursos que seus donatários possuíam, foram elas:

· Capitania de Pernambuco

· Capitanias do Sul (São Vicente)

Mas pelo lado territorial foi positivo, pois com as capitanias foi lançada a base do povoamento em território brasileiro.

Com o certo fracasso das capitanias foi criado o Governo Geral que marcou o desfecho da tentativa de exploração do Brasil por meio de iniciativa particular. Houve uma participação direta e intensiva do poder monárquico.

Com o povoamento da terra, não demorou muito para a chegada dos jesuítas que teriam a missão de catequizar os indígenas.

Segundo alguns autores foram os jesuítas que criaram e mantiveram o ensino público no Brasil.

Em 1549, chega ao Brasil o Pe. Manuel de Nóbrega que organizou e tomou providências para a criação das escolas. No ano seguinte vieram de Lisboa pessoas perdidas, ladrões, órfãos que eram doutrinados da fé católica. Aos poucos os jesuítas foram catequizando os indígenas, com missa, conversões, batismos e casamentos plantaram o marco de uma conquista das terras interiores. Nóbrega procurou desenvolver uma política de posses de terra e de escravos, política essa que poderia assegurar a continuidade dos trabalhos empreendidos pelos jesuítas.

Com o tempo os jesuítas foram recebendo mais recursos da coroa e com isso foi se expandindo. Os colégios da companhia de Jesus foram se multiplicando aos milhares. O ensino nesses colégios era composto pelo Ratio Studiorum que fala de cinco classes inferiores: retórica ,humanidades e três de gramática. Os estudos dessa forma compreendiam cinco a seis anos de gramática, retórica e humanidades e três de filosofia, abrangendo esta à lógica, a física, a metafísica, a moral e as matemáticas.

Mas este estilo de ensino jesuíta de identificação com os propósitos da Metrópole é interrompido com sua expulsão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário